domingo, 14 de agosto de 2011

Diálogo — base do estudo do Budismo


Diálogo — base do estudo do Budismo

Edição 2095 - Publicado em 13/Agosto/2011 - Página A2

Parte 36 do capítulo Proteção Plena do romance Nova Revolução Humana, v. 24, publicado no Seikyo Shimbun no dia 21 de janeiro de 2011

O que impulsionou a expansão do movimento de estudo do Budismo no ano de 1977 foi a explanação de Shin-iti Yamamoto sobre O Verdadeiro Aspecto de todos os Fenômenos publicado no Seikyo Shimbun em quatro edições a partir do dia 1o de janeiro. Ele iniciou a explanação dessa escritura falando sobre o perfil do estudo de Budismo objetivado pela Soka Gakkai empregando a história de Kumarajiva. Kumarajiva nasceu em Kucha. Começou a estudar o Budismo aos sete anos e é conhecido como o excelente e imortal tradutor do Myoho-rengue-kyo. Ele estava com mais de 50 anos quando iniciou o trabalho de tradução a fim de transmitir a essência do Budismo em Changan, atual Xian. A partir de então, durante oito ou 12 anos até a sua morte, traduziu várias obras com incrível rapidez. Traduzia em média dois ou três volumes por mês, um ritmo fenomenal. Ouvindo a respeito de sua fama, eminentes personalidades juntaram-se a ele, cerca de oitocentos, chegando, em certo momento, a duas mil pessoas.
Kumarajiva ia traduzindo o Sutra em forma de explanação diante dessa audiência. Explicava a razão de traduzir dessa forma e o significado original daquela palavra. Às vezes respondia às dúvidas do público e explanava até que todas fossem sanadas. A tradução de Kumarajiva não era feita em sala fechada com dicionários ao lado nem tampouco listava termos complicados de difícil compreensão. Ele ia traduzindo junto do povo, dialogando e sentindo a palpitação do coração das pessoas. E, por meio dessa luta, nasceu a excelente tradução sem fugir do significado original do ensino. Shin-iti apresentou a forma como Kumarajiva traduziu e declarou convictamente:
“O brilho do intelecto acentua-se cada vez mais por meio do diálogo e atuação na vida diária. Nosso movimento de estudo do budismo deve ser desenvolvido da mesma maneira que Kumarajiva, quer dizer, com as escrituras na mão, ora explanando nas reuniões ora em forma de perguntas e respostas ou pela orientação individual, sentindo o extraordinário pulsar da vida do povo, isto é, desenvolver o ensino do budismo pelo diálogo”.

Força para superar dificuldades
Shin-iti mencionou também como Sakyamuni fez suas oitenta mil pregações. Tient’ai as compilou em “cinco períodos e oito ensinos”. Essa nomenclatura dá-nos a ideia de doutrina minuciosamente estruturada e que Sakyamuni fez suas pregações seguindo esse currículo. No entanto, elas eram alento às pessoas que sofriam com a pobreza. Eram para compartilhar a dor da idosa e doente e como um caloroso incentivo a um jovem depressivo. Poderíamos dizer que, quando Sakyamuni encerrou as suas explanações, restaram volumosos oitenta mil sutras que eram palavras e frases incandescentes emitidas por ele durante toda sua vida, vivendo sempre ao lado do povo comum que era discriminado pelo sistema de casta. Dessa forma, podemos afirmar porque os sutras são pregados na forma de perguntas e respostas. Quer dizer, o princípio da iluminação de Sakyamuni que emanou através do diálogo e ação junto do povo foi compilado na forma de sutra.
Shin-iti disse que a grande quantidade de escrituras de Nitiren Daishonin também foi na mesma situação: ”O Gosho é a cristalização do apoio e incentivo prestado a cada devoto diuturnamente em meio à intensa atividade diária. Escrevia em meio à luta e ao diálogo. Geralmente, quando se diz budismo, imagina-se um monge que se retira para a montanha para aprofundar seus estudos. Porém, o legítimo budismo tem seu fluxo originado e vivo em meio ao povo”.
O budismo é o ensino para salvar toda a humanidade, principalmente o povo mais sofrido. Por isso, seu estudo deve estar enraizado na vida diária e ser o seu direcionamento. E quando o estudo aumenta a convicção, fortalece a fé e torna-se a força para superar as dificuldades da vida, pode ser chamado de “estudo vivo”. O estudo promovido pela Soka Gakkai é exatamente assim.

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