domingo, 4 de setembro de 2011

Especial


sou eu quem surge da terra!

Edição 2096 - Publicado em 20/Agosto/2011 - Página A9
Um simples convite foi suficiente para despertar em um jovem o grandioso potencial para conduzir toda a humanidade ao caminho da felicidade

Ilustração da primeira Reunião de Palestra onde o jovem Daisaku Ikeda declamou um poema para o seu mestre Jossei Toda
DA REDAÇÃO
Com a campanha Cada Família Faz Um, quase 5.000 famílias já ingressaram à BSGI, e por ser agosto o mês da conversão do presidente Ikeda, o BS retrata trechos relatados pelo Mestre nos seus primeiros passos no Budismo Nitiren.
1. Acreditar no mestre
“Eu tinha treze anos quando a guerra irrompeu e dezessete quando ela terminou. O período mais marcante de minha juventude havia sido encoberto pelas nuvens escuras da guerra. Sofria de tuberculose e a febre constante me deixava completamente esgotado e mal o dia todo. Procurava uma estrela, uma bússola que me direcionasse a uma vida de esperança. Assim, confiei nas palavras de um amigo íntimo que me convidara para participar de uma reunião sobre filosofia de vida e, sem saber que tipo de reunião era, fui até o local. Qual é o modo realmente digno de um ser humano viver? A que devo dedicar minha vida?”. Foram as perguntas em sua primeira Reunião de Palestra.
“O Sr. Toda deu-me uma resposta clara, cheia de convicção. Em nenhum momento tentou divagar com teorias ou desviar-se do foco de minha pergunta. Eu estava cansado dos adultos que consideravam levianamente os jovens, por isso fiquei profundamente comovido com a sinceridade do Sr. Toda. Além disso, estava farto de políticos e intelectuais que haviam apoiado a guerra e, então, de repente se transformaram em pacifistas depois que ela terminou. O fato de o Sr. Toda ter sido perseguido pelas autoridades militares e passado dois anos na prisão por sustentar suas crenças foi fundamental em minha decisão de tornar-me seu discípulo. 
“Desejava viver como uma pessoa corajosa, que não se curva diante de nenhum tipo de opressão. Eu estava a procura de uma filosofia prática para me tornar esse tipo de pessoa. 
“Decidi naquele mesmo instante tornar-me seu discípulo. Desse dia em diante, meu juramento e meus esforços para realizar o Kossen-rufu com o mesmo espírito e a mesma dedicação de meu mestre tornaram-se uma paixão flamejante que me consumiu totalmente e que arde cada vez mais. 
“Essa solene cerimônia do dia 14 de agosto de 1947, foi a ocasião em que me lancei na jornada do Kossen-rufu mundial.”
2. É preciso fazer: praticar
“O dia 24 de agosto de 1947 foi um domingo de muito calor. O percurso de Ota ao templo no bairro de Suguinami naquele dia pareceu extremamente longo e penoso para alguém como eu que sofria de tuberculose e pleurite. A recitação do Gongyo e do Daimoku na cerimônia de concessão de Gohonzon pareceu durar uma eternidade e, por não estar acostumado a sentar-me sobre os joelhos por muito tempo, minhas pernas adormeceram. Ainda me lembro vividamente do desconforto, da dor e do turbilhão de emoções que senti naquele dia. 
“Exatamente como Daishonin cita no Gosho: “O superficial é fácil de abraçar, mas o profundo é difícil. Descartar o superficial e buscar o profundo é o caminho de uma pessoa de coragem” (The Writings of Nichiren Daishonin [WND], p. 402). 
“Naquela época, eu ainda não compreendia os profundos ensinamentos do Budismo. Minha família também opunha-se fortemente à minha decisão. Mas transcendendo esses problemas superficiais, fiquei profundamente impressionado com o caráter de Jossei Toda. 
“Meu mestre acreditou em mim. Ele me dizia: ‘Vamos, não desista! Desafie seu espírito de procura! Estude e pratique com coragem. Essa é a atitude própria de um jovem!’ Minha intuição de jovem me dizia que podia seguir com segurança aquele homem que havia sido preso durante a guerra em defesa da paz e do Budismo. Dessa forma, 24 de agosto marcou meu ingresso na ‘Universidade Toda’. Uma vida dedicada à verdade teve início com a relação de mestre e discípulo.“
3. Espírito de procura e comprovação
“Em setembro de 1948, dirigi-me às pressas do local de meu trabalho para a sede da Soka Gakkai, a fim de participar da série de preleções do Sr. Toda sobre o Sutra de Lótus. Erguendo meu corpo exausto, lancei-me a aprofundar a compreensão do Budismo com um espírito de procura juvenil. Por mais atarefado que estivesse nunca perdi uma única explanação. 
“Não posso negar que os ensinamentos implícitos nas profundezas do Sutra de Lótus eram difíceis de compreender, mas a convicção do Sr. Toda e suas explanações infinitamente profundas sobre o Budismo me impressionaram e me comoveram. 
“Não há nada mais nobre do que viver de acordo com nossas crenças, não importa o que os outros digam ou como a sociedade reaja. O futuro para o qual rumamos é incerto e, por essa razão, é maravilhoso abraçar uma fé que nos possibilita reconhecer o profundo significado de nossa vida e que serve de força motriz para o cumprimento de nossa missão e responsabilidade de realizar a paz e conduzir toda a humanidade à prosperidade.
“Por mais de sessenta anos, tenho praticado o Budismo de Nitiren Daishonin exatamente como meu mestre instruiu. E, de acordo com as palavras dele, tenho vivido uma existência de insuperável significado e valor.”
4. Por meio da comprovação surge a compreensão
“Eu transbordava de alegria por ter a oportunidade de trabalhar ao lado de meu mestre como seu discípulo e por poder ajudá-lo a realizar seu grande desejo de atingir infalivelmente o Kossen-rufu. Lutamos e vencemos. Não temos nenhum arrependimento. 
“O caminho de mestre e discípulo não existe em algum lugar distante. Ele se encontra em nossas lutas diárias pela felicidade de outras pessoas. 
“Eu triunfei. Não fui derrotado. Um discípulo deve triunfar resolutamente. Essa é a essência do Budismo Nitiren, da Soka Gakkai e também do espírito de unicidade de mestre e discípulo. 
“Aos nossos novos membros, garanto-lhes que dentro de dez ou vinte anos, quando olharem para trás, recordando o dia em que entraram para a Soka Gakkai, descobrirão que esse será um dos aniversários de maior significado em sua vida. Por favor, tenham convicção nisso e continuem a avançar com toda alegria junto com os veteranos da prática da fé de sua confiança, seus companheiros e eu.”
Fontes:
TC, edição no 412, dezembro de 2002
TC, edição no 413, janeiro de 2003
BS, edição no 1.878, 3 de fevereiro 
de 2007, p. A3.

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